terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ela era gorda e bigoduda. O bigode era acompanhado de uma verruga, e a saia exibia as pernas com varizes. A vestimenta e o cabelo comprido indicam sua religião.

Ele estava na casa dos cinquenta. Acima do peso, com a clássica barriga de cerveja. Senhora barriga, diriam alguns. Roupas sujas do trabalho, boné torto na cabeça, bigode de morsa.

Ele está em pé no ônibus.
Ela entra acompanhada do pai.

– Te conheço de algum lugar.
Ela diz, aproximando-se dele.
O pai se senta no espaço reservado para idosos.
– Aqui Taís, tem lugar aqui.
Ela ignora.
– Senta aqui, Taís.
– Tem lugar aqui, Taís.
A conversa vai ficando cada vez mais animada.
– Aqui, Taís!
– Ó O SEU LUGAR AQUI, TAÍS!!!
O pai fica tão nervoso que começa "Vem Taís, Vamos descer Taís, Vem Taís!" Enquanto desce as escadas do ônibus ainda pode-se ouvi-lo a cobrir a filha de broncas, ameaças de denúncias de tal comportamento à mãe e ao pastor.

Dentro do ônibus, o comentário que mais se ouvia era, em meio a muitas risadas:

– Que velho chato, nem deixa a moça se divertir!

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